As palavras acima foram direcionadas
à Maria, quando de sua anunciação em que o anjo Gabriel veio lhe dizer que
havia sido escolhida para ser a mãe do Filho de Deus, Jesus.
Alegra-te, agraciada, ou em outras palavras, alegra-te encantadora,
amável e agradável mulher. Cheia de graça, encantadora, amável e agradável, essa
era Maria.
Evidente que Maria tivesse defeitos, pois como um ser humano nascido em pecado ela certamente lutava contra suas paixões, porém apesar disso, ela era amável, graciosa, agradável e isso “capturou” o coração de Deus.
Será que Maria vivia um contexto social que lhe favorecesse ser uma mulher tal qual ela foi?
A história nos diz que não.
A Bíblia mesmo nos relata nos evangelhos
exemplos de que a mulher não era tratada de maneira digna, nem tinha voz ativa
na sociedade daqueles dias. Veja o episódio da mulher Samaritana, em que os
discípulos se maravilharam de que Jesus estivesse falando com uma mulher, pois
naqueles dias não era comum um homem falar em publico solitariamente com uma mulher.
Nos dias de Jesus se uma mulher estivesse em um ambiente
público, elas passariam desapercebidas. A mulher naqueles dias era tratada como
inferior socialmente e devido a isso elas não podiam agir espontaneamente no
meio da sociedade.
Com um contexto social assim, você não veria em Maria uma jovem
influente, promissora, uma futura mulher de sucesso, uma pessoa independente que
ambicionava coisas grandes. Certamente aos olhos da sociedade ela não era uma mulher
guerreira.
Agora imagine se naqueles dias,
ao contemplar o contexto social, Maria colocasse em seu coração ser uma ativista
dos direitos das mulheres, ser uma mulher que lutasse pelo direito de ter sua
identidade de gênero respeitada e valorizada visando encontrar seu lugar na
sociedade dominada por homens. Imagine essa ânsia por espaço invadindo seu
coração, tornando seus dias, dias de lutas amargamente fatigantes. Dias de incansáveis
lutas por espaço, noites perdidas de sono bolando estratégias de como organizar
eventos de inclusão, reunindo e estudando secretamente com outras mulheres visionárias
formas de derrubar o sistema machista daqueles dias.
Aliado a toda essa luta, enfrentando ferrenhamente o sistema
daqueles dias, batendo de frente com todos que não a valorizassem e concordassem
com suas pautas justas, sentindo ainda a impotência de sua batalha ao ver que
não conseguia mudar completamente a sociedade, ela ainda procurasse em meio a
tudo isso ser uma mulher cheia de graça, amável, encantadora, agradável e
alegre.
Sejamos sensatos, um coração que lutasse contra a cultura daqueles
dias não conseguiria ser cheio de graça, amável, encantador, agradável e
alegre.
Mas graças a Deus, Maria escolheu outro caminho!
Maria escolheu não ser vista aos olhos dos homens, Maria
escolheu cultivar outros valores.
Sua luta consistia em como ser agradável a Deus em dias tão
difíceis e de tanta injustiça social.
Maria escolheu ser doce diante de dias amargos.
Maria foi cheia de graça!
O resultado dessa postura de
Maria todos nós conhecemos, por meio dela veio ao mundo Jesus Cristo, o Filho
de Deus e por meio desse Homem, uma nova história no mundo teve início.
Por isso, por meio das ações de Jesus, que havia sido gerado
em seu ventre, Maria viu ainda em seus dias, mulheres sendo tratadas de forma
digna, mulheres sendo ouvidas, cuidadas e guardadas. Ainda nos seus dias ela
viu esperança de um mundo melhor por meio daquele a quem ela havia
pacientemente gerado em seu ventre.
Jesus amou as mulheres, as valorizou, cuidou e curou. Jesus
por meio de seu Espírito Santo ensinou sua igreja a respeitar as mulheres, como
podemos ver claramente no ensino do apóstolo Paulo aos Efésios quando ensina
que o homem deve amar sua mulher como ama a seu próprio corpo, ou ainda mais
intensamente como Cristo amou a igreja.
Pois para Cristo não há acepção de pessoas, no reino de Deus
não há divisão de raças, gênero ou classe social, no Reino de Deus todos somos filhos
do Seu amor.
Logo, Maria viu a mudança mais radical da história da humanidade
sem levantar uma bandeira sequer a não ser a bandeira do amor paciente.
Mulher, você é amada de uma forma
tão linda que palavras jamais poderiam expressar. Deus te criou com tanto amor,
com tantos detalhes, que é impossível olhar para você e não ver o amor de Deus.
Você não precisa que a sociedade reconheça seu valor, você precisa reconhecer
em Deus o seu valor, assim você será graciosa, amável e docemente feliz.
A maior expressão de amor é verdadeiramente amar, e Deus
verdadeiramente te ama, pois Ele é amor.
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